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Atualizado: 16 de jul.

Minha crônica "Fantasia de bate-bola" foi publicada na coletânea de crônicas Prêmio Off Flip 2023, lançada na Festa Literária Internacional de Paraty em 25 de novembro de 2023.


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Fantasia de bate-bola


Na infância, comentei com a família que queria uma fantasia de bate-bola. Minha avó paterna quase caiu pra trás, indignada, com uma expressão de estranhamento que me deixou na cabeça aquela interrogação que surge nas personagens de história em quadrinhos. Que bate-bola o quê! Isso é coisa de menino! Minha mãe desconversou, ninguém me levou a sério e a fantasia de bate-bola nunca fez parte do meu carnaval.


Me lembrei desse episódio quando li uma reportagem sobre mulheres ganhando esse espaço e se fantasiando com máscaras, bolas e sombrinhas. Começaram a participar dos grupos com fantasias denominadas femininas, mas depois, enfim, passaram a vestir o traje completo dos bate-bolas. Ao ler isso, vibrei por saber que muitas meninas hoje em dia, se quiserem brincar carnaval dessa forma, podem ter sua vontade realizada com mais facilidade.


A mesma reportagem ressaltava que, vestidas de bate-bola, as mulheres se libertavam das imposições que sofriam, de modo que a máscara, por esconder suas identidades, possibilitava-lhes dar cambalhotas, rolar no chão, pular e dançar. Ou seja: escondidas naqueles panos, podiam viver; irreconhecíveis, dentro de uma fantasia que permitia serem confundidas com homens, tinham o crivo social necessário para fazer o que desejavam, sem julgamentos.


A criança que eu fui ainda se espanta com este mundo em que mulher só pode pular, dançar, rolar no chão e dar cambalhota – em suma, se divertir – sem ser cobrada se estiver sob o anonimato de uma máscara. E nós percebemos isso desde cedo. O que eu buscava com a fantasia de bate-bola, afinal, era a alegria.

 
  • 24 de abr.

Atualizado: 25 de abr.

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A Festa Literária Internacional de Paraty de 2023 chegou para mim com novidade, por ter sido minha primeira vez na FLIP como autora. Foi também a primeira vez em que pude estar por lá em todos os dias do evento.


Programação:


Dia 23 de novembro, às 22h, em local a definir

Encontro de autoras da revista literária Contos de Samsara


Dia 24 de novembro, às 19h30, no Sesc Santa Rita

Lançamento da coletânea de crônicas do Prêmio Off Flip, com a publicação de minha crônica "Fantasia de bate-bola"

 

Atualizado: 25 de abr.

Apresentação no Instituto de Letras da UERJ
Apresentação no Instituto de Letras da UERJ

Estive na UERJ, em novembro de 2023, para participar do Seminário dos Alunos de Pós-Graduação em Letras da UERJ, com comunicação sobre a jornalista, escritora e feminista Carmen da Silva. Foi ótimo poder apresentar um trabalho sobre autoria feminina nesse espaço tão acolhedor.


Reproduzo uma síntese do trabalho, disponível no caderno de resumos (p. 228):


Carmen da Silva: jornalista, escritora e feminista

Thaís Fernandes Velloso (UFRJ/CAPES)


O resgate de produções de autoria feminina, algo que vem sendo realizado com mais frequência nas últimas décadas, corresponde à tentativa de reduzir o que a pesquisadora Constância Lima Duarte chama de “memoricídio”, termo que tem como significado o apagamento de escritoras dos cenários histórico e literário a fim de silenciá-las e inviabilizar suas produções. Com base nessa perspectiva e com o compromisso de analisar brevemente a produção de Carmen da Silva na imprensa brasileira, este trabalho explora a atuação profissional da referida jornalista e escritora, tendo como foco o caráter feminista de seus textos. Para isso, abordamos os estudos de Sylvia Paixão, em especial seu ensaio “Clarice Lispector e Marina Colasanti: mulheres no

jornal” (1995), que discute a ausência e a conquista de espaço pela mulher nos jornais brasileiros; de Ana Rita Fonteles Duarte, a respeito da trajetória da autora, no livro Carmen da Silva: o feminismo na imprensa brasileira (2005); e de Beatriz Sarlo, acerca das temáticas da memória e da subjetividade, exploradas na obra Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva (2007). A partir dessa discussão, a pesquisa focaliza a leitura do artigo publicado no jornal Mulherio em março-abril de 1 981, intitulado “Abracadabra!”, no qual Carmen da Silva estimula as mulheres a assumirem seus próprios destinos. Assim, será possível atestar a relevância da jornalista e escritora como feminista no cenário brasileiro, considerando a relação de seus escritos com a crítica ao patriarcalismo e com a experiência de ter acompanhado o autoritarismo de um governo argentino, regime que lhe proporcionou uma “consciência coletiva” responsável por inspirá-la a produzir seu primeiro romance e a responder as cartas que recebia de leitoras de sua coluna em periódico – tema do texto “Abracadabra!”.

 
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© Todos os textos são de autoria de Thaís Velloso, exceto quando indicado. 

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