"Balcão da eternidade", primeira composição
- Thaís Velloso

- 15 de abr.
- 1 min de leitura
Escrevi uma letra de música pela primeira vez logo após a morte (causada pela Covid-19) de Aldir Blanc, cronista de nossa cidade que sempre admirei muito. A letra, composta em 2020, é uma homenagem pro Aldir. Mandei mensagem pro Nelson, grande amigo meu, sugerindo uma parceria. Ele topou (ô, sorte!), fez a melodia, mexemos na letra pra ajustar e enfim nasceu.
BALCÃO DA ETERNIDADE (Nelson Borges/ Thaís Velloso)
Um artista criado nas calçadas
A própria rua da infância avisava
Um menino de Vila Isabel
Via a lua numa caixa d'água
Quando saía encontrava
Numa esquina paradeiro
Se pedia uma bebida, declarava
Que o amor da sua vida
era o morro do Salgueiro
Joga fora outra guimba de cigarro
Faz um samba de mandinga com o Moa
Dá uma grana pro chofer que leva o carro
Tira um sarro
Vai levando a vida à toa
Num batuque com a brahma no copo
Era arrastado pelo bloco
Foi boêmio sem igual dessa cidade
Descreve o Rio sem nenhum pudor
Do Brasil conhece a identidade
Nossa sina verde-amarela
Hoje se debruça na janela
E vê o poeta no balcão da eternidade
Ouço o tempo então se perguntar:
Como equilibrar esta saudade?



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